ULTRAITA: Reportagens

Foto: Coluna Q Esporte - Tribuna 13 07 2014

Reportagem Jornal a Tribuna 13 de Julho de 2014

Reportagem Jornal A Cidade 9 de Janeiro de 2014

Itamar se prepara para mais uma ultra de 24 horas

Itamar Bernardineli Alves, 48 anos, nascido em Miguelópolis (SP) e morador em Ribeirão Preto desde os 14, é casado, pai de dois meninos e de uma menina. Esbanja simplicidade e uma descontração que são típicas de sua personalidade. Mas que, como admite, conseguiu através da corrida.
Itamar é ultramaratonista e estreia a série de entrevistas que este blog pretende disponibilizar de agora em diante. Digitador, funcionário da Empresa Jornalística Orestes Lopes de Camargo S.A, que edita o jornal A Cidade, de Ribeirão Preto, ele se prepara para uma ultra em julho, no Rio de Janeiro.
Conversar com o sorridente Itamar é um prazer. Desta vez, vamos focar as ultras.

Como você organiza seu calendário de ultras?
Planejo bem isso. Minha intenção é fazer três ultras neste ano. A primeira foi em março, em Campinas, em percurso cross e 80 km. Participaram 42 corredores, fiquei em sétimo, mas poderia ter saído melhor não fosse a chuva, que deslocou placas de indicações, me perdi e acabei correndo perdido, fora do trajeto.

Fale das demais ultras
A próxima é em 15 de julho, no Rio, com 24 horas de duração, entre 9h do sábado até as 9h do domingo. É tradicional em pista de 400 m e, neste ano, terá pista de 1,5 mil metros na base do Corpo de Fuzileiros Navais, com inversão de percurso a cada duas horas.

Qual seu objetivo nessa prova?
Em minha prova anterior de 24 horas alcancei 168 km e, desta vez, pretendo superar a marca e, se der, ficar entre os dez primeiros.

Você se considera preparado?
Treino muito para isso. Nesse tipo de prova, é preciso ter musculatura, estar preparado, condicionado, ter alta resistência. Tem que ter passado por maratonas.

Antes de falar sobre seus treinos, qual será a terceira ultra?
É uma 24h, em novembro, em Campinas, no Parque do Taquaral. Antes pretendo fazer uma de 216 km, que integra a série BR 135 e sair de São João da Boa Vista, no interior paulista, e chega até perto de Campos do Jordão. É uma prova na qual é preciso levar equipe de apoio, motorizada, porque você corre de madrugada, no escuro.

No caso da ultra do Rio, qual sua meta de tempo?
Fazer na média um quilômetro por 8'40 (oito minutos e quarenta segundos). Se estiver quente, pretendo começar em ritmo de 6' por km.

Como estão os treinos para essa prova de julho?
Só não corro aos sábados porque no domingo tem o longão de mais de 50km. Nos demais dias, corro uma média de 25km. Em maio, até o último dia 22, tinha completado 535km nos treinos, mas pretendo fechar o mês em 700km. Em junho, a intenção é fazer 800km.

Além do treino diário, há outra prova?
Sim, pretendo fazer a Maratona de São Paulo, em 17 de junho, mas como estarei me preparando, não vou me preocupar em superar o tempo, mas pretendo completá-la em 3h20.

Por que tanto treino e tantas corridas? Você quer virar atleta profissional, ganhar dinheiro?
Não. Busco a satisfação de ultrapassar os limites, e nem de explorar esses limites. Tenho uma competição pessoal. Não estou competindo com ninguém.

Pensa em triatlos?
Não. Sei nadar, embora não seja bom, mas investir em bike está fora, porque é muito caro.

Essa limitação, então, é mais financeira. Você correria provas internacionais se tivesse condições financeiras, ou patrocínio?
Sim. Tento fazer as três provas da série BR 135. Fora a do Brasil, há duas nos EUA, mas não dá para ir.

Mudando de assunto, e sua mulher, qual a participação dela na sua vida de ultramaratonista?
Dentro do possível, a Cristina me acompanha de bicicleta. É ela quem anota a distância do trajeto. E, agora, também treina para estrear sua primeira São Silvestre.